domingo, 26 de agosto de 2007

Dona Margarida

Pestis eram vivus - moriens tua mors ero.”
Vivo, sou tua peste - morto, serei tua morte.
Martinho Lutero

Há uma velha sentada,
sorrindo frouxo,
com cara de nada, com jeito medonho
de quem espreita o amanhã.

Todos os dias
vejo essa velha horrenda,
gasta, distraída.
E é com a postura corcunda da quase morta
Dona Margarida,
que tenho pesadelos todas as noites.

Parece provocação:
a velha adora sentar-se no jardim,
frente à minha janela.
Quem sabe estaria Dona Margarida pensando
se a morte me chegaria mais ligeiro do que a ela?

Um comentário:

bel colucci disse...

Se eu fosse a Tia Sheylla, escreveria "Amei" e colocaria algumas estrelinhas nessa sua poesia.